Marketing - Enquadramento ao longo dos tempos
Numa altura em que se
torna cada vez mais difícil para as empresas conquistarem clientela fiel,
percebem-se as exigências a que os detentores de espírito empreendedor estão
sujeitos. Iniciar um projeto comercial nunca é tarefa fácil, independentemente
da dimensão, área de negócio, investimento ou segmento a que se destina.
A coerência e
articulação das diferentes políticas da empresa ou produtos é responsável em
grande parte pelo seu sucesso ou insucesso, enfatizando a importância do
Marketing. Este é o meio, por excelência, através do qual é obtido o rendimento
da empresa. Podemos defini-lo como:
“O conjunto de ferramentas que possibilitam que os seus
produtos ou serviços sejam apropriadamente colocados no mercado”.
Tradicionalmente, o
conceito de Marketing surge associado à função comercial das empresas, ou às
vendas e publicidade.
Apesar de se tratarem de
conceitos que podem integrar uma qualquer estratégia de Marketing, é importante
referir-se que não são sinónimos.
O Marketing é muito mais
que isso.
Podemos identificar um
modelo simplificado de marketing como a troca de bens e serviços (empresa) por
dinheiro (mercado), bem como de dados informativos importantes para ambas as
partes (o mercado fornece informações à empresa acerca do que procura, e a empresa
analisa-as e utiliza-as numa estratégia de comunicação capaz de o influenciar).
O Marketing é a entrega
de satisfação ao consumidor (satisfação das necessidades do cliente), sob a
forma de lucro.
O seu objetivo é atrair
novos consumidores, prometendo-lhes valor superior, e manter os atuais
clientes, concedendo-lhes satisfação.
Segundo John Stapleton, in “Marketing”,
“trata-se de uma filosofia de gestão, uma atitude de espírito, que requer o
envolvimento de todos os executivos e empregados da empresa, e através do qual
todo o funcionamento da empresa é orientado para a satisfação das necessidades
do consumidor”.
Atualmente, o conceito
tem vindo a alargar-se a todos os públicos com interesse para as empresas, os stakeholders (em
português: parte interessada ou interveniente), onde encontramos os acionistas,
donos, investidores, funcionários, fornecedores, sindicatos, concorrentes, ONGs,
entre outros.
Podemos definir o
Marketing como sendo um meio para atingir várias finalidades, a saber
- Definição de mercados;
- Quantificação das necessidades dos grupos de consumidores (segmentos) dentro dos mercados;
- Determinação das propostas de valor para responder às necessidades quantificadas;
- Comunicação das propostas de valor junto de todos os intervenientes responsáveis pelo processo de satisfação das necessidades em questão;
- Participação conjunta na comunicação da proposta de valor;
- Monitorização do valor criado e entregue junto dos consumidores.
Mas mais importante que
entender a sua definição é compreender que deve ser encarado como uma
filosofia, uma norma de conduta para a empresa, em que as necessidades latentes
dos consumidores devem definir as características dos produtos ou serviços.
O planeamento estratégico de 3 a 5 anos já não dá resposta a todas as necessidades das empresas.
Muitas delas optam pelo
planeamento a mais curto prazo, em consequência das mudanças constantes do
mercado, que evolui rapidamente.
Os produtos surgem,
crescem e desaparecem muito mais rapidamente. Todos os dias surgem produtos
novos e ou substitutos.
Só recorrendo às
ferramentas e técnicas de Marketing, é que a empresa consegue acompanhar esta
evolução.
A importância e o
desenvolvimento do conceito de Marketing surgem a par do crescimento
industrial.
Antes da Revolução
Industrial, os comerciantes produziam mercadorias em pequenas quantidades para
venda em comunidades bem definidas.
Com a disponibilidade
cada vez maior de maquinaria tornou-se possível, e aliás necessário, aumentar a
produção a fim de pagar os custos de equipamento.
O desenvolvimento e
melhoramento constantes dos processos de fabrico tornaram necessários mercados
ainda maiores.
À medida que estes
cresciam e a produção aumentava, o custo unitário de cada produto fabricado
diminuiu em termos reais, permitindo alargar a possibilidade de compra a maior
parte da população.
Durante a maior parte
deste primeiro período industrial, não havia qualquer maneira de o consumidor
identificar o fabricante.
Escolhia a mercadoria
que necessitava em função dos seus conhecimentos e experiência com o produto.
No entanto, muitos
artigos foram produzidos por fabricantes sem escrúpulos, eram de baixa
qualidade e, num esforço para proteger o crescimento da sua indústria, os
fornecedores começam a dar nomes aos artigos que produziam, indicando ao
público que a mercadoria identificada com o seu nome tinha qualidade aceitável
relativamente ao preço.
Surgiram assim as
primeiras marcas comerciais, os fabricantes e comerciantes compreenderam as
oportunidades que se abriam para a colocação e promoção dos seus produtos.
Começaram então a
desenvolver-se a publicidade e as técnicas das vendas, nos termos em que hoje
as conhecemos.
Após a Segunda Guerra, a
procura por parte do consumidor tornou-se praticamente insaciável.
Depois de tantos anos de
privação de grande parte dos artigos de primeira necessidade e outras
comodidades, o público estava ansioso por obter todos os produtos por que tanto
ansiava.
Neste período, as
técnicas de promoção de vendas tornaram-se quase desnecessárias.
Eram apenas usadas a fim
de informar o público que estavam disponíveis os artigos de determinado
fabricante, e onde poderiam ser adquiridos.
Naturalmente, os
fornecedores foram-se apercebendo não só que existiam muitas fontes
alternativas do fornecimento, como ainda que os clientes se tornavam cada vez
mais seletivos na escolha de artigos.
Tornava-se necessário
melhorar a qualidade.
Quanto maior a
satisfação dada às exigências dos consumidores, mais os fabricantes verificavam
que se tornava imperioso desenvolver novos mercados, para poderem sobreviver.
E, de novo, havia
necessidade de estimular a procura.
Os fabricantes subiram
as normas de qualidade, reviram a conceção e formulação dos seus produtos a fim
de se adaptarem às maiores exigências do consumo, melhoraram a qualidade da
literatura informativa e sublinharam os benefícios tangíveis que os seus produtos
proporcionavam, em relação à concorrência.
Em suma, a empresas
adotaram uma visão estratégica de marketing em detrimento da anterior postura
meramente industrial.
Enquanto anteriormente a
informação e diretivas partiam do topo da empresa, chegando a todos os
intervenientes internos, e os resultados eram postos à disposição dos clientes,
são agora os próprios clientes que têm o papel principal ao fornecer informação
acerca dos produtos/serviços que procuram, as condições, as características, as
expectativas… e é essa mesma informação que circula e determina as escolhas
estratégicas da empresa.
Hoje temos as
tecnologias de informação cada vez mais presentes no quotidiano do público em
geral, por isso torna-se óbvio a exploração de alguns meios para potenciar a
vertente comunicacional das empresas.
Temos à disposição
vários meios (websites, Facebook, LinkedIn, Twitter, BlogLovin,…).
Sendo uns mais
interativos que outros, uns mais informativos, outros mais direcionados para
vendas e segmentados por área de negócio, o essencial é estar presente onde o
nosso público-alvo está, canalizando os nossos esforços para uma abordagem
natural.
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